"Ai, como ela é bela!"
Há coisas na minha vida que me enchem de orgulho: uma delas é a Rádio. É fantástico como uma coisa tão simples como rodar um botão de uma caixa e sair uma míriade de vozes e sons se torna numa coisa mágica.
Como é estar do outro lado? Como é sentir a rádio por quem a faz? Felizmente, consegui experimentar os dois lados: o de locutor e ouvinte, o do criador e o do escutador.
É mágico, é desafiante!
Hoje, no Dia Mundial da Rádio, olho para a rádio com outros ouvidos [desculpe o jogo de palavras].
"Rádio? Porque não?", talvez tenha sido o meu pensamento quando "stora" Aida Lemos, professora de português nos primórdios do 12º ano, propôs à turma a criação de uma rádio na escola secundária de Barcelinhos.
"Sim: porque não a rádio?"
Em dezembro de 2008, era lançada, oficialmente, a Rádio Grafonola, o projeto do 12ºF de Área de Projeto. Um software de djing qualquer, juntamos os ficheiros mp3 de toda a gente e... 'bora.
Primeiro jingle da Rádio Grafonola:
Atiramo-nos a isto como se não houvesse amanhã: lembro-me que este foi o primeiro jingle que fiz. Chamos-lhe "genérico" [a gíria radiofónica, para nós, era desconhecida]! A arte de dominar o audacity era nula e, hoje, diga-se, conseguimos fazer programas e jingles bem melhores que isto.
Começava assim um ano de aulas em que conciliavamos a rádio da escola, "O Som Das Palavras" (o programa do Clube da Língua Portuguesa, também dirigido pela mesma professora, na rádio Barcelos), as atividades do clube e, claro, aulas, exames e testes.
Mesmo depois de ter saído da escola para a universidade, ainda colaborei com o programa do CLP durante três temporadas. No final, alguém tomou conta do projeto e dispensou-me. Segundo sei, o programa, depois disso, só durou três edições.
Foram os primórdios de algo que já faz parte de mim: a rádio faz parte da minha rotina. Ver os emails, escrever notícias, ouvir os últimos temas, adquiri-los ou pedir às editoras que os enviem para os colocarmos na emissão da kapa, resolver os problemas técnicos que surgem, ligar para o apoio técnico quando algo corre mal... e, por entre isto tudo, ainda ter tempo para estudar, magicar e criar conteúdos para a UTAD TV e atingir as metas do mestrado... e ter a chamada "vida social".
Sim: é complicado!
Mas é sempre bom ver que as audiências começaram a subir, que as alterações (ainda ténues!) têm sido uma boa aposta e que podemos dar algo a este mundo. É sempre bom abrir a porta da estante e ver os dossiers da rádio, seriados por ano, e ver que eles estão sempre a encher com documentação, faturas [ok, esta parte não é assim tão boa!], contactos, contratos com empresas, contactos de pessoas que acreditam que este projeto pode vingar.
E não me esqueço da equipa que pegou nisto, deu uma volta de 365 graus e de uma estação com um canal em autogestão passamos para uma estação de três canais de audio de diferentes temáticas. E tudo isto sem publicidade!
Hoje é o teu dia, rádio!
Se sou feliz a fazer-te e a criar-te? Há coisas que me fazem feliz: tu és uma delas!